30.4.13

bárbaro


Lamento algum eventual mal jeito, 
mas não guardo em mim qualquer despeito. 
A poesia só é grande pra quem a lê; 
Avaliar meu caráter, competeria a você? 

À minha prosa nunca faltou lastro, 
de minha superação, vc não viu sequer o rastro. 
Minha filosofia é, sim, a dos que não prestam.
Sou da falange dos seres imperfeitos, 
minhas ocas sementes que o atestam, 
minhas qualidades se alicerçam em defeitos. 

Mas, sim, pra ti viveria barbaramente, 
reeditando qualquer suposta baixaria, 
ainda sinto em minha mão teu peito quente, 
quando me morde a solidão da noite fria. 

E não me aflige que possa haver outro sujeito: 
talvez mais limpo, talvez mais novo, talvez perfeito.
Se são meus braços que te envolvem enquanto sonhas
e os meus beijos que te percorrem enquanto deitas.

poesia da grâ, em resposta à minha poesia bárbara.
adorei!

imagem: rallito-x

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